Paraná não pode ser o passageiro da concessão de rodovias, alerta Romanelli

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) alertou nesta sexta-feira (26) que os paranaenses não terão nenhuma participação no processo e no controle das novas concessões de rodovias que cortam o Estado, conforme proposta do Ministério da Infraestrutura. “Não teremos nenhum nível de decisão. O Paraná passa a ser passageiro do processo por 30 anos”, afirmou.

Segundo Romanelli, é por esta razão que é necessário reforçar o posicionamento da sociedade a respeito da proposta do governo federal, de modo que haja influência estadual na construção do modelo de concessão. “A reação dos paranaenses já fez o governo federal mudar alguns conceitos. Mas é preciso avançar”, disse.

AUDIÊNCIA – As declarações de Romanelli sobre a necessidade de reavaliar o modelo híbrido ocorreram durante audiência pública remota da Frente Parlamentar sobre o Pedágio, que reuniu parlamentares e lideranças das regiões de Ortigueira e Telêmaco Borba, além de representantes de outras regiões que serão impactadas pelo Lote 3 da futura concessão, que inclui a Rodovia do Café.

A situação da BR-376 foi um dos principais temas do encontro por conta das obras não foram realizadas. “A duplicação integral da Rodovia do Café já foi paga pelo usuário”, ressaltou Romanelli. “Estão propondo um modelo de negócio, que interessa ao governo e às concessionárias. Não há preocupação com o usuário”.

MENOR TARIFA – Romanelli fez uma apresentação do modelo proposto pela União e reafirmou que o projeto não interessa ao Estado, por propor tarifas elevadas, instituir uma espécie de outorga e reduzir o nível de concorrência. “Queremos um leilão pelo menor preço de tarifa. Limitar desconto é um risco muito grande. Pode haver inclusive acordo entre os concorrentes”, afirmou.

O deputado apontou ainda que os números apresentados pelo governo federal demonstram que haverá aumento no custo dos pedágios para os paranaenses. Ele citou como exemplo o valor de faturamento das concessionárias. Hoje, as empresas arrecadam R$ 2,5 bilhões por ano e o valor deverá saltar para R$ 5,2 bilhões anuais no novo contrato.

O Lote 3 abrange as rodovias BR-376, BR-369, PR-323, PR-445, PR-090, PR-170 que atravessam os Campos Gerais e o Norte do Paraná. De acordo com a proposta do Ministério da Infraestrutura, a concessão deverá arrecadar R$ 28,5 bilhões em 30 anos em sete praças de pedágio. O investimento previsto é de R$ 7,4 bilhões e o custo de operação deve alcançar R$ 6 bilhões.

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