Romanelli defende mais crédito e auxílio federal no pós-pandemia

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) disse sábado, 15, que a extensão das linhas de crédito e do auxílio emergencial devem perdurar, entre outras medidas, ainda em todo ano de 2021.

“A questão do crédito é fundamental para poder dar um fôlego nas pessoas. Há que se postergar os pagamentos (de serviços públicos, por exemplo) para de fato, na pós-pandemia que vai ser uma espécie de pós-guerra, conseguirmos retomar a normalidade da economia”, disse Romanelli em entrevista a Rádio Graúna FM de Cornélio Procópio.

“Essas e outras medidas fazem parte dos grandes desafios que teremos pela frente”, afirmou Romanelli ao criticar o ministro Paulo Guedes (Economia).

Romanelli afirmou que a solução agora e no pós-pandemia não está na criação de impostos ou no corte de gastos nas áreas sociais e sim em mudar a política econômica do governo federal.

“Indiscutivelmente não serão com as políticas ortodoxas defendidas por Guedes que fala muito e entrega pouco. Nós vamos ter que reconstruir o emprego, a atividade econômica, o desenvolvimento e não será com a política econômica de Paulo Guedes”.

Fora Guedes

Romanelli defende a troca no comando do Ministério da Economia. “Ele [Guedes] já está com o pé quase fora do governo, e espero que o [presidente Jair] Bolsonaro tenha, de fato, bom senso e o coloque para fora de uma vez e coloque um ministro que tenha uma visão de Brasil, que pensa nas pessoas e não exclusivamente no sistema financeiro”, disse.

O crescimento na aprovação do governo Bolsonaro, apontado pela pesquisa Datafolha, para Romanelli é resultado do auxílio emergencial que ajudou os brasileiros a se manterem neste período de crise intensificada pela pandemia.

“É a melhor solução que tem, porque a economia não para, não resolve a vida das pessoas, mas ajuda. Temos que cuidar das pessoas que têm direito a renda com estabilidade econômica”.

Agora, se dependesse de Paulo Guedes, o auxílio emergencial seria menor e por menos tempo. “Guedes fez o Bolsonaro enviar uma mensagem para o Congresso, propondo R$ 200 mensais de auxílio emergencial. Os deputados não aceitaram, e disseram que teria que ser no mínimo R$ 500 a parcela e o Bolsonaro teve um arroubo e falou: não é R$ 500 é R$ 600! Talvez tenha sido a decisão mais importante que ele tomou até hoje em favor do povo”, detalha Romanelli.

Centrão

Estes exemplos deram indicativos a Bolsonaro, segundo Romanelli, da necessidade de mudar os rumos e se distanciar da ortodoxia de Guedes e se aproximar do Centrão (grupo de partidos liderados pelo PP). “Agora, com a nomeação do deputado Ricardo Barros, que assumiu a liderança do Governo na Câmara, ele certamente orientará ao presidente Bolsonaro a mudar muitas das políticas. Penso que agora o Centrão vai dar um rumo diferente no governo, mais desenvolvimentista”.

Indagado se o PSB fará parte do Centrão, o deputado negou, afirmando que o Centrão é menos pior que Guedes. “De jeito nenhum. O PSB é um partido de oposição ao governo Bolsonaro. Quando digo que o Centrão pode dar um jeito no Brasil é para tirar o país dessa política econômica equivocada”.

“Eu digo isso porque o Brasil perdeu ainda no ano passado 40 bilhões de dólares de investimentos estrangeiros por conta da política do Paulo Guedes. Esse ano, no primeiro trimestre, janeiro especialmente, já perdemos mais 32 bilhões de dólares. Ou seja, a política econômica de Guedes não atrai ninguém”, completou.

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