Encontro do PSB define novos rumos do partido

Em reunião nacional do PSB realizada no último dia 30 em Brasília, os membros do diretório debateram quatro temas: autorreforma do PSB, política internacional – o Foro de São Paulo e a situação da Venezuela, política ambiental e a Amazônia e os processos disciplinares contra os deputados federais que votaram contra a orientação do partido na reforma da previdência proposta pelo governo Bolsonaro.

Pelo Paraná, presentes no encontro: Severino Nunes Araújo, presidente do PSB-PR, Paulo Afonso Bracarense Costa, os deputados Aliel Machado e Luis Claudio Romanelli e André Avelino da Silva, presidente da JSB. “A coesão, coerência e alinhamento partidário fortalecem a democracia, pois, no momento em que a população é chamada a fazer as escolhas de suas representações políticas, poderá ter condições de olhar para os partidos e identificar entre os projetos postos aquele que melhor representa sua visão de sociedade e de rumo que quer para seu município, Estado ou país”, disse Romanelli.

Sobre a autorreforma, o presidente nacional Carlos Siqueira explicitou ao diretório a intenção da reforma, qual seja, reestruturar o partido, comunicação e atuação, bem como estabelecer um novo programa partidário. “Entende hoje o PSB que a sociedade exige uma nova forma de se fazer política, e que somente mudar o nome da sigla partidária ou colocar uma roupagem nova não é o caminho. Os tempos atuais exigem um aprofundamento das relações entre as agremiações e sociedade, passa por reconquistar esse público que é a sociedade em geral, se comunicar melhor para atender aos anseios daqueles que cada vez mais querem distância da política, por não entenderem seu real e atual sentido”, disse Avelino.

Foro de São Paulo – Sobre a política internacional, o PSB afirma que há tempos não exerce função no Foro de São Paulo – organização que reúne partidos políticos e organizações de esquerda – e aprovou resolução para se retirar da entidade, reafirmando decisão da executiva nacional de julho de 2019, de que tal espaço perdeu poder de representação, e reforçando sua construção e fortalecimento na Coordenação Socialista Latino-Americana (CSL).

O PSB ainda manifestou repúdio às violações de direitos humanos observados na Venezuela e descritos em relatório da alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Michelle Bachelet – ex-presidente do Chile. E nesse sentido foram as intervenções de André Avelino e do deputado Aliel Machado, que ainda relembrou ao presentes que até mesmo o Partido Comunista venezuelano, partido do atual presidente Nicolás Maduro, rompeu com o governo.

O partido, na resolução aprovada no encontro, manifestou repúdio a qualquer tentativa de interferência internacional que vise atentar contra a soberania do povo venezuelano, bem como criticou as sanções econômicas impostas ao País, aplicadas principalmente pelo governo norte americano e reforçadas pelo atual governo brasileiro, que somente atingem o povo, já sofrido do país vizinho.

Centro esquerda – O PSB se coloca como a segunda maior força da centro esquerda brasileira e de protagonismo representante de um eleitorado que quer mais políticas sociais, mais participação do Estado na economia, maior tributação dos ricos, mas não aceita autoritarismos, hegemonias e projetos de poder a qualquer custo.

O partido também critica à atual política ambiental do governo Bolsonaro e deplora o desapreço do atual presidente na questão ambiental e suas práticas que desmantelam o marco regulatório ambiental brasileiro. O documento repudia os ataques de Bolsonaro contra as organizações governamentais e instituições de pesquisa (Ibama, Inpe, ICMBio).

Defesa da Amazônia – O PSB apresentou ainda o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia com ênfase na biotecnologia, um projeto nacional que trate o tema de forma mais abrangente – ocupação territorial, cobertura florestal, diversidade de fauna e flora, e disponibilidade hídrica – e potencialize a economia do conhecimento, respeitando a população em geral e os povos tradicionais.

O deputado Romanelli reforçou a importância e defesa da Amazônia junto com o desenvolvimento sustentável da região. Romanelli foi autor da proposta de batismo do projeto proposto pelo PSB.

O último item de pauta do encontro foi a análise e votação dos processos disciplinares em face dos deputados que não cumpriram o fechamento de questão do partido na votação da reforma da previdência. O PSB acertou ao tomar decisão de punição aos parlamentares que contrariaram o partido – expulsão do deputado Átila Lira (PI) e suspensão por 12 meses dos cargos exercidos na Câmara dos Deputados de outros nove deputados que descumpriram orientação do partido.

“Nosso modelo democrático, baseado em uma democracia representativa, é intermediada por partidos políticos. Os partidos são, como a próprio etimologia da palavra nos apresenta, uma “parte da sociedade” representada por um agrupamento. Cabe a essa parte defender seus princípios, ideais e criar uma identidade coletiva que a caracterize e unifique”, disse Avelino.

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