Pesquisadores da UTFPR (Universidade Federal Tecnológica do Paraná) desenvolveram um dispositivo que possui um sistema inovador de filtragem de ar para ambientes internos com circulação de pessoas e que também funciona como sanitizador de superfícies. Denominado de CoronaVap, o equipamento combina a ação das descargas elétricas e atração eletrostática das partículas que recebem estas cargas com a injeção de água atomizada em uma câmara de ionização, imitando os processos que ocorrem durante tempestades, que exterminam patógenos por um mecanismo denominado peroxidação.
O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) disse nesta quinta-feira, 8, que o protótipo, que já apresenta resultados significativos, é mais uma inovação de pesquisadores paranaenses para vencer o coronavírus. “O Paraná mostra a sua força na ciência e tecnologia e contribui para a construção de alternativas eficazes de combate ao coronavírus. O CoronaVap é mais uma criação dos pesquisadores paranaenses, que buscam soluções inovadoras para o Brasil e o mundo”, destaca.
O CoronaVap foi desenvolvido no Efab (Laboratório de Fabricação Eletrônica) do Daeln (Departamento de Eletrônica) do campus da UTFPR em Curitiba. O equipamento baseia-se na ação das descargas elétricas e na atração eletrostática das partículas que recebem estas cargas. A equipe que construiu o CoronaVap, coordenada pelo professor Fernando Castaldo, é composta pelos alunos de graduação Alef Queiroz (Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações), João Anacleto (Engenharia Eletrônica) e Tobias Salazar (Engenharia Eletrônica).
Desenvolvimento
Os pesquisadores desenvolveram o CoronaVap ao estudar o comportamento e transmissão do coronavírus e identificar ele está mais presente no ar do que em superfícies, pois as gotículas de saliva expelidas por esternutação (tosses e espirros) podem ficar em suspensão no ar por longos períodos, mantendo sua capacidade infecciosa.
O CoronaVap atua como elemento de filtragem que retém partículas sub-micrométricas, através da injeção da água atomizada que atua como elemento de nucleação das menores partículas, sólidas ou aerossóis. O sistema então realiza a captura e retenção, por ação eletrostática, de qualquer corpo em suspensão no ar, vivo ou não, como poeira, aerossóis, pólen, bactérias, esporos, entre outros.
O protótipo pode ser usado de forma fixa ou lugares como salas de aula, clínicas, recepções hospitalares, entre outros, e reposicionado a qualquer tempo pois possui rodízios de fácil movimentação. Mas, se utilizado com baterias, pode operar no modo itinerante, com um operador conduzindo o equipamento por corredores, salas, entre outros locais fechados. A meta é também desenvolver um sistema à base de robótica, para que o equipamento possa se deslocar autonomamente pelos ambientes, promovendo a sanitização.
Nos testes realizados em ambiente fechado, o CoronaVap foi capaz de realizar a filtragem e tratamento dos aerossóis em até 15 minutos, mas esse tempo pode ser otimizado dependendo do tamanho dos ambientes, capacidade de aspiração da máquina entre outros fatores de projeto. O produto seguirá para pedido de patente junto ao Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).