Novo estudo confirma: uso de máscara reduz em 40% os casos de covid-19

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) reforçou nesta quarta-feira, 8, a importância do uso de máscara como prevenção à covid-19 e destacou os resultados do estudo alemão que comprova a proteção para evitar expansão da pandemia do coronavírus.

“O novo estudo, publicado no portal VoxEU, especializado em políticas públicas, mostra uma redução de 40% na taxa de crescimento de casos de covid-19 com o uso de máscara. Resultado comprovado pela ciência e que reforça a importância da lei 20.189/2020, que torna obrigatório o artefato em ambientes coletivos”.

A pesquisa, divulgada no final de julho, foi realizada em meio a um novo surto de casos em Jena, na Alemanha, quando foram registrados 1,5 mil infectados. A cidade tem cerca de 100 mil habitantes e fica a 220 quilômetros de Berlim – capital do país. O governo alemão iniciou, dia 30 de março, uma campanha obrigatória de uso de máscara em transporte público, locais de trabalho e estabelecimentos comerciais. Dia 27 de abril a medida entrou em vigor.

No dia 28 de abril, os deputados paranaenses aprovaram a lei 20.189/2020, sancionada e regulamentada pelo governador Ratinho Júnior (PSC). “A máscara é uma proteção individual e coletiva. Quanto mais as pessoas usarem, mais estarão protegidas”, disse Romanelli.

Pesquisa

Para confirmar a eficiência das máscaras no combate à proliferação da Covid-19, os cientistas alemães projetaram uma “cidade alternativa”, com as mesmas características de Jena, como densidade populacional regional, idade média da população, proporção de idosos e média do número de médicos e farmácias por habitantes.

Nesta “cidade alternativa” não haveria uma política de adoção de proteção facial contra a covid-19. Sem a adoção do uso de máscara, o número de infectados cresceu de 143 para 205, um avanço de 23% em apenas 20 dias. No mesmo período, Jena registrou apenas 16 novos casos de coronavírus, passando de 142 para 158.

“A pesquisa mostra que a exigência de máscaras é uma medida de contenção econômica e menos prejudicial economicamente. As coberturas faciais limitam o fluxo de ar ao falar, reduzindo a transmissão de partículas infecciosas. Com isso, todas as pessoas que estiverem de máscara, estão protegidas”, explica Romanelli.

A pesquisa identificou ainda outro ponto importante defendido por Romanelli: não só quem está usando o artefato está protegido, mas as pessoas à sua volta também. O estudo indica as mesmas medidas de manuseio propagadas no Paraná. “A máscara não deve ser manipulada frontalmente e, após seu uso, deve ser lavada com sabão ou álcool, caso não seja do tipo descartável”.

Dupla proteção

As máscaras comumente utilizadas no Paraná contêm uma dupla camada de tecidos. Especialistas apontam que mesmo essas consideradas mais simples, podem reter até 50% de partículas virais presentes em gotículas de saliva, espirro e tosse. Este percentual foi calculado com base em outros patógenos, porque os relacionados ao coronavírus ainda estão em andamento.

Em outro estudo, realizado no Brasil, pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a máscara é considerada como um “escudo” de proteção de gotículas e secreções. O artefato reduz a passagem de gotículas de saliva, secreção e tosse, mostra o estudo, coordenado pela microbiologista Betania Drummond.

Nacional

O presidente Jair Bolsonaro vetou 18 pontos importantes da lei aprovada no Congresso, que determina a obrigatoriedade do uso de máscara em todo o território nacional. Dos vetos, alguns extremamente importantes, como a obrigação do uso de máscara em estabelecimentos comerciais, templos religiosos, instituições de ensino e presídios.

A imposição de multas para quem descumprir as regras e a obrigação do governo de distribuir máscaras para os mais pobres foram revogadas. Essas medidas afetam diretamente a população que frequenta espaços onde o risco de contágio é maior, justamente por conta da aglomeração de pessoas que podem ocorrer nesses lugares. Mesmo com o distanciamento social, sem o uso de máscara de proteção, o risco de infecção é muito grande.

“O distanciamento social é importante porque o vírus não circula. São as pessoas que o fazem circular. Se houver aglomeração de pessoas sem o uso obrigatório da máscara, pode ocorrer uma fatalidade”, diz Romanelli. Ele acrescenta que os vetos do presidente não anulam a lei estadual, que já estabelece a obrigatoriedade do uso da máscara.

Campanha

Contrariando os vetos presidenciais, artistas brasileiros se uniram em campanha pelo uso de máscaras em todo o Brasil. Dirigida por Andrucha Waddington, a campanha incentiva brasileiros a usarem máscaras.

“Enquanto enfrentamos a pandemia, uma coisa é certa: o uso de máscaras diminui os riscos de contágio com covid-19. Por isso, para incentivar o uso de máscaras e fazer com que brasileiros passem a levar o hábito mais a sério, artistas se uniram e criaram a campanha “por amor a todas as vidas, use máscara””, diz trecho da peça que ganhou as redes sociais.

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