O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) reafirmou nesta terça-feira, 30, o apoio da Assembleia Legislativa ao governador Ratinho Junior que ampliou as medidas restritivas de combate ao coronavírus em 136 cidades paranaenses, mas “que são necessárias nesse momento delicado pelo qual o Paraná passa”.
“O governador fez um diagnóstico da situação e, de fato, chegamos a um número no final do mês de junho, que era justamente o teto daquelas previsões ou preditivos, de mais de 22 mil casos de covid-19 no Paraná”, disse Romanelli.
O decreto assinado pelo governador prevê, por exemplo, o fechamento das atividades consideradas não essenciais, como forma de combater o avanço da pandemia. Romanelli reforça que as previsões são dramáticas e que, por isso, deve-se atentar rigorosamente para os cuidados pessoais e coletivos, para minorar ao máximo o risco de contágio.
Nos próximos dias, diz o deputado, o Paraná pode registrar entre 26 e 32 mil casos. “Daí a importância de apoiar o governador, neste momento para ajudar na redução da transmissão do vírus no Paraná, que está numa fase de aceleramento”.
Novos casos
O Paraná registrou um aumento acelerado de novos casos de covid-19 em Curitiba e região metropolitana e praticamente em todo o Estado. As novas medidas vão influenciar diretamente na economia, mas necessárias para conter o avanço da doença.
“É momento de cerrar fileiras e apoiar as decisões tomadas pelo governador, justamente no reconhecimento da sua legitimidade e mais, que tudo, a sua prudência. O governo e nós, deputados, precisamos conduzir esse processo da forma mais técnica possível. Isso é muito importante para salvar vidas”.
Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que 70% dos casos do Covid-19 estão em 160 cidades. O índice de transmissão é de 1,37. Ou seja, uma pessoa contaminada transmite o novo coronavírus para mais do que uma pessoa.
“O fato é que agora é momento de apoiar as medidas que vão ser tomadas e fazer aquilo que é necessário. Porque o sistema de saúde é muito bem construído, mas o crescimento exacerbado de novos casos preocupa, porque pode não haver condições suficientes para atender a todos os contagiados”, alerta Romanelli.
Estrutura
O deputado reafirma que a rede de saúde do Paraná tem condições de atender os pacientes, não apenas com os leitos exclusivos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis, mas com outros que também podem ser usados. Ele lembra, no entanto, que o baixo estoque de analgésico utilizado no tratamento das pessoas que estão na UTI e que vão ser entubadas. “O problema é grave. No Brasil inteiro está faltando medicamento, um problema seríssimo”, lamenta.
“Para muita gente, a ficha ainda não caiu. Muita gente não entendeu a gravidade do problema e ainda insiste em achar que a pandemia tem efeitos que são normais – uma gripe – e isso não é verdade”, diz Romanelli.
A pessoa contaminada inicialmente fica internada em uma enfermaria. Depois, é transferida para a UTI. “A partir daí, a chance de a pessoa sair viva é pequena. Infelizmente, uma parcela dos internados na UTI, praticamente a metade, vai a óbito. Então é o momento de apoiar o governo, que tomou medidas sensitivas e está trabalhando de forma prudente”, avalia.
Preservar vidas
As novas medidas são fundamentais para preservar vidas. Entre os dias 14 e 28 de junho, o número de casos no Paraná saltou de 9.583 casos para 20.516, o que aponta um crescimento de 114 %. Dos 326 contaminados registrados, o número saltou para 586, aumento de 79%.
Por conta deste diagnóstico, o Estado se preocupa com a redução do número de leitos de UTI exclusivos para atendimento ao paciente infectado pela covid-19.
Segundo Romanelli, o governador ouviu lideranças de todos os poderes e debateu de forma ampla o enfrentamento do coronavírus. As medidas foram adotadas no âmbito de sete regionais de saúde, mas afeta diretamente toda a região de Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Cianorte, Londrina, Cornélio Procópio e Toledo.
“Os municípios-sedes das regionais de saúde estão autorizados a adotar medidas mais restritivas, caso o cenário epidemiológico exija”, diz o deputado.
O que fecha
“São medidas duras, que suspendem o funcionamento de bares, casas noturnas e similares, estabelece que o funcionamento de mercado e supermercado e similares seja somente de segunda a sábado, no horário limitado das 7 às 21 horas, além de suspender o funcionamento de shoppings, galerias comerciais, comércios de rua, feiras livres, salões de beleza, barbearias, clínicas de estética, academias de ginástica e clubes”, completa Romanelli.
Pelo decreto, as medidas valem por 14 dias. Só estão liberadas atividades econômicas que são consideradas essenciais. Romanelli diz entender que as medidas vão criar dificuldades para muitas pessoas, “mas a situação é extremamente grave e complexa e necessita de todos um esforço enorme pelas próximas três ou quatro semanas.”
“Agora é hora de cuidarmos de nós mesmos, de nossas famílias, das pessoas que amamos, gostamos e respeitamos. Por isso, quem puder, fique em casa, cumpra essas medidas que são fundamentais. Já os que insistirem em desrespeitar serão punidos conforme prevê a lei”, afirma.