A convite do deputado Romanelli (PSB), representantes do setor agrícola e da Secretaria Estadual de Agricultura vão debater nesta segunda-feira, 17, detalhes do Programa de Irrigação que será implantado no Noroeste do Paraná. Na região, de solo de arenito de Caiuá, o programa pretende aumentar a produtividade agrícola. “O Noroeste foi escolhido (para implantação do programa) pelo fato de possuir um déficit hídrico, mas com excelente potencial agrícola”, disse Romanelli.
Segundo a Seab, a iniciativa abrange os polos de Maringá, Paranavaí, Umuarama e Cianorte, onde predominam as bacias do Ivaí, Piquiri e Pirapó. Entre as principais ações estão medidas para reduzir custos dos equipamentos, linhas de crédito, agilidade para a concessão de licença e outorga para o uso da água dos rios.
O espaço do grande expediente, a partir das 14h30, será ocupado pelo diretor do Sindicato Rural de Paranavaí, Demerval Silvestre; o diretor do Centro Tecnológico de Mandioca, Claodemir Grolli; e pela engenheira Priscila Silvério Sleutjes, membro titular da Câmara Temática de Agricultura Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e membro titular da Comissão Nacional de Irrigação da CNA. Priscila Sleutjes receberá uma menção honrosa pelo trabalho desenvolvido há mais de 10 anos como diretora executiva, na articulação de políticas públicas ligadas a agricultura irrigada, recursos hídricos e meio ambiente.
A previsão do programa é que o incremento de produção atinja até 500% em algumas culturas e facilite o processo de integração lavoura-floresta-pecuária. A iniciativa tem apoio da Cocamar. O governador Ratinho Junior, em nota na Agência Estadual de Notícias, destacou que o Noroeste tem potencial de incrementar as suas principais culturas, como a cana-de-açúcar, mandioca, laranja, além de pecuária de corte e leite.
Programa
O programa está alicerçado em alguns eixos. O primeiro trata da redução de custos, particularmente com equipamentos. Para isso, estão previstos isenção de ICMS e diferimento tributário. Em relação ao crédito, o BRDE e a Fomento Paraná colocarão linhas específicas para os produtores que aderirem ao programa. No caso da Fomento, os juros poderão ser equalizados entre 1% e 3%, o que pode se traduzir em benefício de cerca de 70% para o agricultor familiar.
Na questão ambiental, está prevista maior agilidade para a concessão de licença e outorga para o uso da água dos rios. O objetivo é que, sem descumprir as exigências ambientais e de uso racional do solo, propriedades que se enquadrarem dentro de parâmetros estabelecidos pelos órgãos públicos, possam ter processos mais simplificados e rápidos.
Motores e bombas utilizados na irrigação exigem carga maior de energia. Por isso, o programa prevê parceria com a Copel para reforçar a rede, ampliando o sistema trifásico, que garante mais confiabilidade e segurança. A Copel também trabalha com tabelas de descontos para os participantes do programa, privilegiando sobretudo o uso da irrigação noturna. Ao mesmo tempo em que haverá incentivo à geração distribuída, utilizando-se, entre outras tecnologias, a energia solar e biomassa.
Entre os eixos também estão previstos projetos de tecnologia e inovação. Uma das propostas é a de compartilhamento de dados meteorológicos entre os institutos, particularmente Simepar e Iapar. Eles teriam como prever a ocorrência de chuvas e aplicar os dados às culturas desenvolvidas no campo. Isso possibilita que o produtor receba informações, no celular ou computador, sobre a necessidade ou não de irrigar, e, no caso de precisar, determinar a quantidade de água que deve ser colocada no campo.