As declarações do líder do Governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), na sessão plenária desta quarta-feira (20), no que ele classificou de “conluio” entre a Construtora Valor e servidores da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude), no caso da chamada Operação Quadro Negro, que analisa suspeitas de irregularidades em aditivos na construção de escolas estaduais, repercutiram entre diversos parlamentares.
Romanelli apresentou em discurso na tribuna uma série de documentos que respondem a requerimento formulado pela oposição a respeito da responsabilidade do govenador Beto Richa na assinatura de aditivos para obras no Colégio Ribeirão Grande, em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba. O líder do Governo falou de toda a longa escala pela qual passa a análise dos documentos até chegarem às mãos do chefe do Poder Executivo.
O deputado Rasca Rodrigues (PV), que foi secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná (SEMA) na gestão do ex-governador Roberto Requião (PMDB), afirmou que a assinatura de aditivos chega ao chefe do Executivo apenas após passar por uma série de instâncias técnicas. “Eu fui chefe do Departamento de Obras do governador Requião e cheguei a acompanhar 1.700 obras por mês, entre reformas, escolas novas e o procedimento é o mesmo de lá até aqui. Qual governador não assinaria após passar por todas estas instâncias? ”, indagou.
De acordo com Rasca não se pode responsabilizar o chefe do Executivo pela assinatura dos aditivos que passaram por instâncias jurídicas e técnicas prévias. Segundo ele, se está responsabilizando a ponta, quando se devia responsabilizar a origem. “Porque isso não aconteceria se não tivesse um conluiou na origem, entre o engenheiro, o diretor, o fiscal”, explicou. “É muito pesado para um gestor público, não só um governador, quanto um prefeito também, quando ele assina”, afirmou.
Na mesma linha o deputado Hussein Bakri (PSD), vice-líder do Governo na Alep, defendeu o governador por ter assinado aditivos sobre as obras que hoje são objetos da Operação “Quadro Negro”. Hussein foi prefeito do município de União da Vitória por dois mandatos. Ele também falou das diversas instâncias pelas quais passam a análise de aditivos de obras. “O Romanelli fez com toda a tranquilidade uma exposição muito clara e eu vou responder aqui uma pergunta do Romanelli, até porque eu já fui prefeito: se passasse por este crivo, de todas estas pessoas, eu também assinaria. Como o governador assinou e como o Rasca, que é um deputado independente, disse que também assinaria”, afirmou.