Palestra sobre empregabilidade orienta trabalhadores

Trabalhadores em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho recebem orientações gratuitas, todas as segundas e quartas-feiras, a partir das 10h30 na Agência do Trabalhador de Curitiba.

“A palestra é importante porque ao mesmo tempo em que o trabalhador aguarda pelo atendimento, é incentivado também a participar da palestra que tem como objetivo orientar o trabalhador em uma entrevista de emprego, na elaboração de um currículo e também como se manter no trabalho”, explica Maria Tereza Rosa, psicóloga do setor de Treinamento e Desenvolvimento da Agência.

Ela explica que antes ir para uma entrevista, é importante que o trabalhador se informe o máximo possível sobre a empresa que poderá contratá-lo. “Isso ajuda muito na escolha da roupa que vai usar, o que falar e de que forma vai se apresentar: com estilo mais despojado ou formal, tudo depende do tipo de cada empresa.”, destacou.

Relatos de trabalhadores sobre a dificuldade de enfrentar um processo seletivo e de se manter no trabalho ajudaram Maria Tereza a definir os conteúdos da palestra. “Ao ouvir depoimentos de trabalhadores sobre a dificuldade de relacionamento no trabalho, de adaptação no ambiente de trabalho e também os problemas na hora de uma entrevista, pude constatar que esses fatores continuam sendo as maiores dificuldades dos trabalhadores, mesmo daqueles com alguma experiência profissional. A palestra traz orientações sobre como se comportar na entrevista, relacionamento com superiores e colaboradores e dicas úteis e importantes para quem busca o primeiro emprego ou se reinserir no mercado de trabalho”.

A maioria dos trabalhadores que participam da orientação são mulheres que buscam o primeiro emprego, às que querem mudar de função e também àquelas que passaram muito tempo cuidando do lar e estão retornando ao mundo do trabalho.

Morando em Araucária, região metropolitana de Curitiba, Rute Carvalho Pires, de 43 anos é uma dessas mulheres que buscam um trabalho. Seu último emprego foi no teleatendimento de uma empresa de call center vendendo internet móvel. Depois de passar alguns meses sem trabalho, Rute busca agora uma oportunidade como analista em laboratório. “Trabalhei mais de 20 anos na área de análises e agora quero voltar para a mesma função em que tenho experiência”, disse. Esta é a primeira vez que Rute procura a Agência do Trabalhador de Curitiba em busca de um emprego. “Quando me convidaram para participar da palestra, aceitei na hora. Sei que essa orientação vai me ajudar a conquistar o meu novo emprego, é por isso que eu estou aqui”, completou.

Outro perfil de trabalhador que participa da palestra é de homens jovens, com idade média de 30 anos, com experiência profissional. Este é o caso do Guilherme Neves, de 27 anos, que também mora em Araucária e que tem interesse em trabalhar em um supermercado na Capital. “Já trabalhei como auxiliar de obras na construção civil, de estoquista em supermercado e na carga e descarga de uma empresa de gás. Faz mais de um ano que estou desempregado e minha dificuldade é passar na entrevista”, explica ele. Guilherme, que tem o ensino fundamental incompleto, já fez cursos de qualificação profissional em hortifruticultura e em ervas medicinais, mas o que ele gosta mesmo de fazer é trabalhar em supermercado. “Quero voltar a trabalhar na área de comércio, se for em um supermercado, melhor ainda”, exclamou.

Muitos estrangeiros, refugiados do Haiti, também procuram orientação para conseguir um trabalho e se fixar no Brasil. A maioria, são homens jovens, que deixaram o país depois do terremoto de janeiro de 2010. “Nós buscamos dar aos haitianos e outros estrangeiros um atendimento diferenciado, inclusive com tradutor, porque uma das barreiras enfrentadas por eles é a língua. A maioria só fala francês e a língua oficial, o crioulo haitiano (creóle). Poucos conseguem se comunicar em português, e, isso tem sido um dos problemas na colocação desses trabalhadores no mercado de trabalho”, explica Tereza.

A psicóloga explica que os temas abordados ajudam os estrangeiros na adaptação cultural e também a entender como funciona o mundo do trabalho formal no Brasil. “Eles aceitam qualquer trabalho mas não podemos encaminhá-los para qualquer vaga de emprego se as aptidões profissionais quando moravam no Haiti não são as mesmas das ofertas disponíveis no sistema. Quando conseguimos indicá-los para vagas compatíveis com as experiencias profissionais deles, o encaminhamento é mais assertivo e com maior chance de permanecerem no emprego”.

Os interessados em participar das palestras sobre empregabilidade devem procurar a Agência do Trabalhador de Curitiba, à rua Pedro Ivo, 744, às segundas e quartas-feiras pela manhã.

 

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