O bispo da Diocese de Cornélio Procópio, Dom Manoel João Francisco, destacou o trabalho da Frente Parlamentar sobre o Pedágio e o apoio da Igreja Católica para que o Norte Pioneiro tenha um “pedágio realmente mais barato, um custo menor para o motorista”.
“Em Jataizinho é uma extorsão o pedágio a R$ 26,40. Para ir e voltar de Cornelio Procopio a Londrina gasta-se mais do que com combustível. Exigimos que as estradas sejam seguras, porque nesses 20 anos de pedágio caro e abusivo houve muitas mortes nas estradas. Precisamos de rodovias seguras, com preço acessível e que seja um processo licitatório transparente”, defendeu durante audiência pública em Cornélio Procópio.
O presidente do Codep (Conselho de Desenvolvimento Econômico Procopense), professor Luiz Eduardo de Araújo afirma que a proposta do governo federal prevê a criação de seis empresas que, quando estiverem funcionando plenamente, cada uma delas seguramente vão pertencer ao seleto grupo das 800 maiores empresas em faturamento do Brasil.
Estudo – Araújo denunciou que vem sofrendo ameaças das concessionárias pelos estudos elaborados por ele sobre o pedágio. O professor defende a adoção de pedágio por quilômetro rodado e parabenizou a frente parlamentar pelos resultados preliminares.
“Bendita é essa frente parlamentar, que nesses quase três meses em que estamos discutindo esse tema, algumas questões já estão pacificadas entre nós que estamos participando dessas audiências. Precisamos registrar e cobrar uma maior efetividade e publicidade”.
O professor defende ainda maior concorrência entre as empresas interessadas em participar da licitação e a exclusão nos novos contratos das obras que não foram realizadas pelas concessionárias. “Essas obras têm de sair dessa conta. Queremos concorrência pelo menor preço. Há espaço mais do que suficiente para permitir a ampliação ou a exclusão desse limite. Nossa posição em relação a isso é que o número máximo de competição pelos lotes sem a participação dos atuais concessionários. Para isso, é necessário garantir novos competidores e a participação de consórcio de pequenas e médias construtoras regionais”.
O presidente do Codep observa que é necessário que as empresas atuais, que exploram o pedágio no Paraná, fiquem de fora do certame, já que não realizaram as obras elencadas em contrato e estão envolvidas em acordos de leniência não cumpridos. “Caráter não se compra. Mas é possível a gente selecionar quem os têm, sem a participação dessas empresas. Com os exagerados limites que estão sendo impostos, corremos o risco de não ter participantes suficientes no leilão”.
Mesmas empresas – O estudo apresentado pelo presidente do Codep mostra que quase a metade das rodovias concedidas no Brasil pertence às mesmas empresas que atualmente administram o Anel de Integração do Paraná. Segundo a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovia, que tem 15.000 km sobre a sua administração, a CCR Rodonorte e a Ecorodovias administram 7000 km.
Araújo defende ainda que o free-flow, sistema eletrônico de livre passagem em pedágios, com identificação automática dos usuários, seja adotado nas rodovias paranaenses. “Queremos a cobrança justa e uma forma mais eficiente de consegui-la é adoção do modelo de cobrança por quilômetro percorrido. Isso resolveria todas as discussões sobre praças de pedágio em locais polêmicos como Califórnia, Tamarana, Jataizinho e Toledo, entre outras”, conclui.
Para isso, segundo ele, é importante que o presidente da República sancione o PL 886/21 já aprovado no Senado Federal e no Congresso Nacional. O free-flow permite que a cobrança se dê pelo uso proporcional da via. Para isso, deve ser usado sistema de reconhecimento visual automático de placas por meio do OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres) ou identificação de chips instalados na licença do veículo por meio de rádio, conhecido como RFID (Identificação por Radiofrequência).