O deputado Romanelli (PSB) criticou nesta segunda-feira, 29, a autorização da Agepar que aumentou o preço da tarifa de pedágio nas praças de Jataizinho e de Sertaneja, no Norte Pioneiro do Paraná. Os novos valores cobrados pela Econorte passaram a valer a partir do domingo (28). Para carros de passeio, a tarifa é de R$ 17,50 em Jataizinho, e de R$ 15,10, em Sertaneja. Na praça de Cambará, não houve reajuste.
Somente neste ano, as seis concessionárias – Ecocataratas, Viapar, Caminhos do Paraná, Rodonorte, Ecovia e Econorte – já faturaram R$ 933 milhões com um tráfego de 41,1 milhões de veículos nas praças de pedágio.
“Em dezembro, a Agepar já havia autorizado o reajuste anual para as demais cinco concessionárias, entre 6,66% a 8,4% , índice superior à inflação, que foi de 4,99% no ano. Agora, autoriza a Econorte a reajustar tarifas. É uma afronta. Um verdadeiro absurdo. É público e notório que a Econorte superfaturou as tarifas e está sendo investigada pela Lava Jato por inúmeras irregularidades. Deveria devolver dinheiro aos cofres públicos e não ser autorizada a aumentar tarifas”, diz o deputado.
Romanelli questiona também o acordo de leniência firmado pelo Ministério Público Federal e a CCR-Rodonorte, que prevê a indenização de R$ 750 milhões – metade convertida em redução de 30% da tarifa por um ano e outros R$ 350 milhões em obras, além de uma multa.
“O cálculo da corrupção, daquilo que a concessionária causou em prejuízo, segundo especialistas, passa de R$ 2,8 bilhões, ou seja, ficou barato para a CCR/Rodonorte. Além disso, o MPF excluiu do acordo de leniência a obrigação de executar a duplicação da BR-376, entre Ponta Grossa e Apucarana, a Rodovia do Café. Mais de 80 quilômetros dessa duplicação estão excluídos no termo de leniência. Pelo jeito, o MPF concorda que o crime compensa”, diz Romanelli.
BR-369 – Romanelli entrou com uma ação na Justiça Federal solicitando o fechamento da praça e a suspensão da cobrança do pedágio pela concessionária Econorte na BR-369 entre Cambará e Andirá, no Norte Pioneiro.
Assinada também pelo prefeito de Cambará, Neto Haggi (MDB), a ação está em análise pelo juiz Augusto César Gonçalves, da 6ª Vara Federal de Curitiba. “A praça foi reaberta há um mês. São 30 dias de prejuízos para o Norte Pioneiro e para o Paraná. A nossa expectativa é por uma decisão que atenda os interesses da população e do setor produtivo do Norte Pioneiro”, disse Romanelli.