Os velhos — os mais sábios — sempre dizem que o tempo é o senhor da razão. É o que acontece neste momento no País, em que a maioria dos estados está à beira da falência e, além de não honrar com o pagamento dos salários de servidores e aposentados, não consegue quitar as dívidas com os fornecedores e sequer investir um centavo em obras e em programas básicos como os serviços de saúde.
O tempo se encarrega agora de mostrar que o caminho optado pelos deputados paranaenses ao aprovar os ajustes, em dezembro de 2014 e abril de 2015, foi o mais certo neste enfrentamento à profunda crise econômica e financeira por qual passa o país e que atinge de forma direta os estados e municípios. Vale lembrar — e é sempre bom lembrar — que já passam de 11,1 milhões de trabalhadores brasileiros sem emprego.
Agora, todos sabem que o Paraná não é uma ilha, mas se torna exemplo, referência e contraponto a outros estados, no que diz respeito às medidas saneadoras da máquina pública, de equilíbrio fiscal e que, além de pagar seus servidores em dia, tem dinheiro em caixa para obras, pagamento de fornecedores e outros investimentos necessários.
Fizemos o dever de casa e essas palavras foram reverberadas pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado Jorge Picciani, do PMDB. Em entrevista a TV Globo, Picciani disse que o problema do estado carioca, em situação pré-falimentar, é de gestão e que o governador Luis Fernando Pezão, do PMDB, devia seguir o exemplo do Paraná.
Abro aspas para Picciani que disse: “Veja a questão do governador (Beto Richa) do Paraná. Ele enfrentou uma reeleição e logo nos primeiros meses (de 2015), fez mudanças radicais na gestão, enfrentou greve e uma série de coisas e hoje tem R$ 2 bilhões em caixa. Então, é um problema (o do Rio de Janeiro) de gestão”.
As palavras de Picciani, em um pequeno grau de diferença, foram ditas ainda na quinta-feira, 5, na sessão na Assembleia Legislativa em homenagem ao dia do trabalho. Nesta sessão, o vice-presidente da Fecomércio, Paulo Cesar Nauiack, reconheceu o erro das entidades empresariais em não terem apoiado o Estado e os deputados quando foi feito o ajuste fiscal em 2015.
Disse Nauiack: “Naquela ação para fazer as mudanças que o Estado precisava que fossem feitas, e nós da sociedade fomos omissos e não apoiamos”.
Além disso, Nauiack prossegue. “Então, fica aqui um mea-culpa por parte do empresariado que não apoiamos as ações que eram tão necessárias e estão mostrando hoje, quando avaliamos, ouvimos e vemos que neste Brasil tem tantos Estados com a economia fragilizada e passando por uma situação de muita dificuldade, mais de um milhão e setecentos mil trabalhadores públicos estão sem receber os seus salários”.
No Paraná, segundo Nauiack, os empresários não podem reclamar desta situação. “Fica o registro e agradecimento àqueles que dentro desta Assembleia defenderam os direitos dos trabalhadores. É necessário que nos mobilizemos em torno de um grande pacto nacional e que todos assumam a sua responsabilidade e cumpram suas respectivas missões”.
Se o Paraná fez bem sua lição de casa, se antecipou à crise frente a inércia da maioria dos estados, também soube navegar quando a economia estava de vento em popa. Não é por menos que ultrapassou o Rio Grande do Sul e se tornou a quarta maior economia entre os estados brasileiros, segundo dados do IBGE.
E o exemplo disso, mais uma vez, está bem próximo. Na sexta-feira, 6, o governador Beto Richa inaugurou a fábrica da Ambev, em Ponta Grossa – um investimento de R$ 848 milhões e que teve apoio do programa de incentivos ficais do Estado. Esta fábrica traz a certeza de que os empreendedores continuam a confiar no Paraná, apesar de todos os desacertos da economia nacional. E que o Estado está enfrentando de forma exemplar a atual conjuntura adversa, garantindo condições e segurança para novos investimentos como os estimulados pelo programa de incentivos fiscais.
Este programa, o Paraná Competitivo, foi implantado em 2011 para atrair novos investimentos e a criação de novos empregos. Até 2015, foram R$ 41,9 bilhões em investimentos, dos quais R$ 25,4 bilhões da iniciativa privada e R$ 16,5 bilhões das estatais paranaenses como a Copel, Sanepar, Portos de Paranaguá e Compagás. Nestes cinco anos, 203 empresas ingressaram no programa e mais de 100 mil empregos foram criados.
Condições criadas como a deste programa de incentivos tornaram o Paraná o segundo estado mais competitivo do Brasil, de acordo com a revista inglesa The Economist. Outro jornal, o Financial Times, elegeu o Paraná como o estado com melhor estratégia de investimentos da América do Sul.
Outro exemplo do que o Paraná acertou em fazer seu ajuste está no cruzamento dos números dos orçamentos de 2015 e 2016. Deficitário, tornou-se superavitário, De um ano para o outro, readquirimos a capacidade de investir, diretamente do tesouro e por meio das nossas estatais, gerando empregos e atividades econômicas e principalmente melhorando a vida dos paranaenses, com desenvolvimento econômico e de combate e superação as desigualdades sociais.
Como os velhos e sábios dizem: o tempo é o senhor da razão.
Paz e bem e uma boa semana a todas e a todos.