Para Romanelli, o debate não pode se tornar político e ideológico. “Muito menos de bate boca aqui no plenário da Assembleia que não nos leve a construção de uma solução para ser negociada neste momento que estamos vivendo”, afirmou.
“Visitantes que estão aqui por conta do hospital Erasto Gaetner juntamente com os professores que lotam aqui as galerias e também as tribunas de honra da Casa.
Quero em primeiro lugar trazer um conhecimento de que não podemos transformar este debate sobre este tema que é de absoluta relevância para solucionar o tema que estamos vivendo em um debate político e ideológico. Pois o que está em jogo são a vida das pessoas. São alunos, alunas, pais, professores e professoras. São pessoas que estão preocupadas, principalmente para quem é servidor público, que está com medo de que o governo anuncie as faltas e isto acaba em desconto no salário – o que atrapalha o seguimento de carreira da categoria.
Esta questão que envolve a vida das pessoas, sejam dos alunos e alunas, dos pais, dos profissionais da educação e de outros seguimentos e também das universidades, não deve ser motivo de embate político e ideológico. Muito menos de bate boca aqui no plenário da Assembleia que não nos leve a construção de uma solução para ser negociada neste momento que estamos vivendo. Quero dizer que o meu sentimento, já que tenho conversado com os deputados da oposição, é de buscar uma solução negociada. A proposta que veio do poder executivo não agradou a categoria dos professores e também dos docentes e funcionários das universidades. Não agradou porque, talvez, alguns não acreditem que o governo possa pagar os 8,5% em janeiro como foi dito na antecipação da Data Base. Ou não agradou por não ser um valor esperado dos pesos, a correção do IPCA pleno de 8,17% que, aliás, eu vinha negociação com a APP e com a CUT, mesmo que parcelado. Até que houve a famosa reunião com o deputado Traiano na semana passada quando os deputados da oposição o procuraram para fazer uma proposta alternativa àquilo que havíamos já encaminhado. Não vou entrar no mérito em relação às afirmações do que disse a presidência ou as negativas que disse o deputado Professor Lemos. Eu tenho tido com ambos aqui um relacionamento respeitoso, pautados pela ética e eu espero que todos nós possamos resolver esta situação e não transformá-la em um embate.
E este dia quero relatar publicamente para que a gente não possa aqui nesta Casa fazer as coisas e depois ter dúvidas sobre comportamentos. Hoje, pela manhã, em contato permanente com o líder da bancada do meu partido PMDB Nereu Moura, eu reunido com o fórum das entidades sindicais e demais deputados: Deputado Tadeu Veneri, líder da oposição, professor Lemos, deputado Péricles, deputado Nelson Luersen e deputado Requião Filho. Procuram-me na liderança do governo, pois sabiam que eu estava com as portas abertas e escancaradas para sentar em uma mesa e reabrir o diálogo em nome da liderança do governo e em nome da bancada de apoio ao governo. Digo isto para que possamos encontrar uma solução, pois todos este deputados querem uma solução para isto que estamos vivendo. Nós não iremos amanhã levar proposta para a CCJ. Não iremos chegar e apresentar um relatório da proposta que o governo enviou, pois é perda de tempo. Eu entendo que enquanto não houver o mínimo de entendimento para votar uma proposta aqui a Casa, não adianta querer tramitá-la aqui dentro da Assembleia. Hoje pela manhã numa discussão madura, algumas discussões avançaram. Mas só avançaram pois alguns deputados retomaram a proposta que nós já vinhamos debatendo de não antecipar a data base, manter ela em maio. Trabalhar com índice de 8,17%, no conceito que este 8,17%, pede a bancada da oposição, mesmo que se parcele se faça dentro do exercício fiscal de 2015. Foi esta a discussão que se avançou pela manhã. E eu, de forma responsável, procurei o governo e conversei diretamente com o governador e ele não está com disposição de fazer nenhum embate, mais do que já tem e inflamar ainda mais os ânimos. Ele quer discutir uma solução que aceite o fluxo de caixa e a capacidade de pagamento do Estado. Mas nós estamos neste momento com uma capacidade de poder reabrir esta discussão via liderança do governo com a participação da oposição, representando aqui os deputados da base, com o governo para que possamos internamente debater e discutir. Hoje teremos uma reunião no governo e amanhã teremos uma reunião com o fórum das entidades sindicais até porque o governo pode apresentar uma contra proposta a esta discussão. O que eu quero dizer é que não será por outra forma, a não ser por meio do diálogo, que nós conseguiremos encontrar uma solução para este momento em que estamos vivendo.
Quero pedir a compreensão de todos. Até já disse isso, como um pressuposto, a bancada de oposição para deixar claro. Não adianta a Assembleia Legislativa fazer emendas ou apresentar Projeto de Lei ou apresentar uma outra solução que antes ela não tenha sido validada, aprovada, pelas assembleias das categorias profissionais. Porque senão nós aqui não iremos conseguir chegar a um consenso em relação a um resultado. Então é necessário que todos aqueles que são representantes sindicais ou todos aqueles que desejam ter uma solução para este impasse, possa fazê-lo de uma forma responsável e negociada para encontrarmos uma resolução para este duro ano de 2015 em que o Estado e o país passam por uma grave crise financeira. Porque, olha, todos aqui hoje têm acesso a internet. Em todos os lugares há um computador ou um smartphone. Acessem ao Google e vejam que todos os outros estados da federação também estão passando por grave crise financeira. São Paulo deu 0% de reajuste. O Rio Grande do Sul, além de não dar reajuste, não consegue mais pagar o salário no mês.
O que quero dizer não há outra saída para esta crise, que é uma crise já política, que não seja por meio do processo de negociação. Neste sentido, quem é representando sindical, deputado da oposição, deputado da base de apoio ao governo, todos temos uma grande responsabilidade. Eu já fiz minha parte: não fugirei dos comprimissos que tenho com meu Estado. Pensando no interesse público e, fundamentalmente, pensando na sociedade. Nas crianças e nos jovens que, agora, necessitam imediatamente da retoma do ano escolar porque é fundamental este processo. E creio eu que pela dezenas e centenas de mensagens de professores e professoras de todo o Parará, desejando que encontremos uma solução e que possamos retomar a normalidade.”